A Academia de Letras de Crateús (ALC) recebeu, no último dia 10 de abril, em sua sede, a visita dos escritores Arnaldo Boson e Zózimo Tavares.
Eles foram conhecer a Academia e dialogar com os acadêmicos cearenses sobre a vida e a obra do poeta romântico José Coriolano (1829 – 1869), apontado pela crítica como fundador da Literatura Piauiense, com seu livro póstumo Impressões e Gemidos, lançado em 1870.
José Coriolano de Sousa Lima é patrono da Cadeira 8 da Academia Piauiense de Letras (APL), ocupada atualmente pelo poeta e crítico literário Francisco Miguel de Moura.
Fundador da Literatura Piauiense
Nascido em Crateús, então Vila Príncipe Imperial, quando o território ainda pertencia à Província do Piauí, José Coriolano formou-se na Faculdade de Direito do Recife e também teve destacada militância política.
Foi deputado e presidiu a Assembleia Provincial. Exerceu também a magistratura.
A Academia de Letras de Crateús recebeu um exemplar da 3ª edição de Impressões e Gemidos, publicada pela Academia Piauiense de Letras, na Coleção Centenário.
Os acadêmicos cearenses receberam também exemplares do livro autobiográfico Caminhos de Versos, do poeta popular João Tavares, nascido em Novo Oriente, vizinho a Crateús, e que por muito tempo se apresentou na Rádio Educadora de Crateús.
A obra foi lançada em 2022 pela Bienal Editora.
O evento teve como anfitriões o promotor de Justiça José Arteiro Goiano, o advogado Alexandre Macedo Maia, o escritor Raimundo Cândido e o historiador Flávio Machado.
A programação prosseguiu no dia 11 de abril, com visita à Igreja Matriz de Crateús, onde estão depositados os restos mortais do poeta, e ao busto de José Coriolano, reinstalado em 2013 na praça da Catedral pela própria ALC, em ação de resgate da memória literária regional.
J. Coriolano na história
J. Coriolano, como era literariamente conhecido, é citado com destaque no livro Monsenhor Boson – O missionário da educação, biografia de autoria de Arnaldo Boson, também desembargador do Tribunal Regional do Trabalho do Piauí e professor universitário.
O livro foi lançado em 2024 pela Bienal Editora. Seu autor é sobrinho-tetraneto de José Coriolano, também parente do monsenhor Boson.
Marco na literatura
“A obra de Coriolano é uma semente que floresceu em toda a literatura piauiense. Sua visão poética, seu rigor formal e seu compromisso com a beleza da língua são marcas de um tempo fundador, que ainda hoje ecoa em nossa produção literária”, destacou o jornalista e escritor Zózimo Tavares, ex-presidente da Academia Piauiense de Letras, durante o encontro em Crateús.
Para a presidente da APL, Fides Angélica Ommati, o resgate da memória de José Coriolano representa mais do que um reconhecimento histórico:
“Celebrar Coriolano é reafirmar a identidade da literatura piauiense. Ele é um marco inaugural, um elo entre o passado e o presente da nossa produção intelectual. Em 1917, quando foi fundada a Academia Piauiense de Letras, o nome dele foi escolhido como patrono da cadeira 8. Isso demonstra o valor simbólico e literário que Coriolano representa para todos nós. A Academia se orgulha de manter viva a lembrança e a obra do poeta que fundou, com brilho e pioneirismo, a nossa tradição literária”, conclui a presidente da APL.


Escritores na sede da Academia de Letras de Crateús

José Arteiro Goiano e Arnaldo Boson.



Visita ao busto de J. Coriolano


Catedral de Crateús, onde estão depositados os restos mortais do poeta.

Livro com poemas de J. Coriolano.

Professora Fides Angélica, presidente da Academia Piauiense de Letras.